top of page

Como comprar uma casa na Itália

Por incrível que pareça, comprar um imóvel na Itália não é algo tão simples. Conheço pessoas que, mesmo tendo o dinheiro em mãos para pagar à vista, tiveram dificuldades de conseguir finalizar uma compra. Não sei explicar o porquê, mas sim, isso acontece.


Assim como no Brasil, você poderá comprar direto com o proprietário ou ir até uma imobiliária e deixar que eles te ajudem nessa tratativa (eu recomendo que utilize essa forma caso seja um recém-chegado).


Basicamente o processo da compra envolve quatro etapas: você escolhe a propriedade, faz a oferta; assina o contrato preliminar, e finaliza com a escritura.


Se você estiver ainda no Brasil, você poderá ter uma ideia de valores utilizando aqueles sites que listei lá em cima, e ao invés de colocar “aluguel” (affitto), basta colocar “venda” (vendita). Sugiro que, mesmo que você vá fazer essa tratativa via imobiliária, consulte os imóveis que te interessam antes de ir até o local, você pode fazer isso entrando no próprio site da imobiliária de sua escolha.


Depois de escolher seu imóvel, você deverá fazer uma oferta. Isso também acontece quando você aluga uma casa, e se trata de uma oferta escrita, na qual estará definida os métodos de pagamento, os dados para a escritura, os detalhes do imóvel etc. E basicamente funciona assim: você paga um valor x (valor a concordar), e espera pela resposta do proprietário. Se ele aceitar, negócio fechado, se não, o valor é totalmente devolvido, não se preocupe.


Importante lembrar que, se você fizer pela imobiliária, eles cobrarão uma comissão que varia entre 2 a 5% do valor do imóvel.


Bom, tendo feito a oferta, chegamos na parte do contrato inicial, e que representa que tanto quem está comprando quanto o proprietário, não podem mais voltar atrás. Caso isso ocorra, uma multa será paga por quem houver desistido.


Por fim, você terá em mãos o documento final da compra do imóvel, chamado “Rogito”, que é feito por um “Notaio”. No final de tudo isso, lembre-se das taxas a serem pagas, como a do Notaio, das despesas de documentos, da parte da imobiliária, taxas e impostos, e a parte que cabe à Agenzia delle Entrate. Tudo isso variará de acordo com o valor do seu imóvel.


Dicas úteis na hora de comprar uma casa na Itália


Imobiliária: mesmo que você gaste pagando uma imobiliária, lembre-se que a agência fornecerá todos os documentos necessários para determinar se a casa está em bom estado de manutenção e, acima de tudo, se tem reclamações de terceiros que possam comprometer a compra, como hipotecas. Aqueles que compram de particulares, terão que cuidar de solicitar o levantamento cadastral, útil para verificar a correspondência da propriedade, a categoria da propriedade, a localização real, o número de instalações, a classe de energia e a ausência de fatores como hipotecas, execuções hipotecárias ou apreensões;


Escolha do imóvel: ao escolher uma casa, é essencial avaliar a correspondência das características do imóvel (número de quartos, banheiros, presença de áreas compartilhadas com condomínios, taxas de condomínio a serem pagas, tamanho dos quartos etc.). Não devem ser esquecidas as verificações relativas ao estado de manutenção do edifício, em particular dos sistemas de água e elétrico (verificar aquecimento e classe energética). No contrato de venda (assinado por uma agência ou de particular para privado) é sempre necessário verificar que o que está relatado no ato corresponde à realidade;


Primeira casa: cada região italiana oferece descontos especiais para aqueles que compram sua primeira casa (este é o caso de casais jovens) ou para aqueles que realizam reformas, com gastos de despesas enormes. Antes de prosseguir com a compra, é importante fazer uma pesquisa direcionada para descobrir quais instalações são aplicáveis e como solicitá-las. Para a renovação de prédios históricos, por exemplo, existem descontos de até 50% do valor dos custos;


“Mutuo”: muitas pessoas recorrem a este empréstimo para a compra de imóveis. A concessão do mutuo (empréstimo bancário) está estritamente ligada à possibilidade de o contratante poder pagar as prestações. Esta é a razão pela qual é aconselhável solicitar o empréstimo apenas após a obtenção dos documentos de garantia de crédito, ou seja, um contrato de trabalho, folhas de pagamento e uma assinatura do garante. Normalmente os bancos exigem que a pessoa tenha ao menos três anos de residência na Itália para solicitar um financiamento, e quem não possui uma garantia (um imóvel já quitado ou pessoas que se tornem fiadoras), precisa ter um contrato de trabalho indeterminado. Importante ressaltar que a maioria dos bancos financia até 80 por cento do valor do imóvel.


“Notaio”: para finalizar a compra, é necessária uma escritura notarial. O vendedor deve apresentar a escritura ao notário (que é como se representasse o papel do cartório) e o profissional, por sua vez, realizará todas as verificações. Após cerca de 20 dias a partir da data de assinatura do contrato entre o vendedor e o comprador, será possível estipular a escritura pública, que certifica a nova propriedade.


Casa popular: pesquise sobre a compra de uma casa popular, funciona parecido com o sistema no Brasil, e pode ser a solução para ter uma forma mais fácil de comprar um imóvel. Muitas pessoas me perguntam sobre essa questão do financiamento, mas infelizmente não é algo fácil de ser conseguido, pelo menos a pessoa precisa ter um contrato de trabalho a tempo indeterminado.


Casa de leilão: muitas casas são colocadas a leilão por preços mais baixos, são casas que não foram pagas e o banco colocou à venda, só se atente para saber se as casas estão desocupadas, pois muitas são colocadas à venda com moradores, e aí você pode ter um sério problema até conseguir tirá-los de lá.


Atenção: para comprar uma casa com total segurança, é importante certificar-se de que não há reivindicações pendentes do proprietário antigo ou de inquilinos antigos, como contas não pagas.



bottom of page