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Crise na Itália (Europa): aumento do preço do gás e energia elétrica!

Atualizado: 7 de ago. de 2023

Há um tempo atras eu expliquei a vocês o que estava acontecendo na Itália por conta da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e quais eram os impactos disso aqui no país. Desde então, as coisas mudaram e eu vim atualizar vocês.


Rússia interrompe o fornecimento de gás para a Europa


Bom, e o que mudou do último vídeo onde contei sobre a situação até os dias de hoje: aconteceu o que todos temiam, o corte total de fornecimento de gás proveniente da Rússia. Para quem não sabe, Rússia e Ucrânia são importantes fornecedores de algumas matérias primas para a Itália, e desde que a guerra se potencializou, a Europa começou a sofrer algumas consequências devido a postura da Rússia.


Agora, a Gazprom, que é uma multinacional russa, controlada pelo Governo da Federação Russa, ativa no setor de energia e mineração e especialmente na extração e venda de gás natural, declarou o bloqueio total dos fluxos de gás da Rússia para a Europa através do canal Nord Stream 1 por um período indeterminado (ou seja, até que as sanções impostas à Rússia sejam revistas). Como vocês sabem e todos temos acompanhado, vários países impuseram sanções a Rússia justamente para ver se a Guerra teria um fim, mas até o momento, a situação está bem complicada.


Antes, a Gazprom já tinha permanecido parada em julho para manutenção programada em uma turbina e a quantidade de gás já havia diminuído; depois, a capacidade foi reduzida em cerca de 40% em relação à taxa de fluxo normal, posteriormente, o fluxo foi ainda mais reduzido para 20%. Assim, um outono e um Inverno rigorosos são anunciados para a economia europeia e, sobretudo, para a italiana.


Preços disparados na Itália: aumento do preço do gás e energia elétrica


A Itália é, de fato, um dos países europeus com a maior dependência do gás, importando cerca de 90% necessário para a necessidade nacional. Até alguns meses atrás, a Rússia era o principal fornecedor para a Itália (cobria cerca de 40% das importações de gás), mas, graças aos acordos assinados nos últimos meses pelo governo para diversificar os suprimentos e reduzir a dependência da Rússia, a participação do gás importado russo caiu para 23% no período de janeiro a julho de 2022, deixando a Argélia como o primeiro fornecedor com 29%.


Os efeitos económicos mais amplos resultantes da redução dos fluxos de gás da Rússia também tiveram um impacto no aumento dos custos energéticos, mas isso temos visto há alguns meses já. Como resultado do fechamento do gasoduto russo, houve um aumento de 35% no preço do gás. Mas porque o preço da energia aumenta se o preço do gás sobe? Simples: o gás é uma matéria-prima que é utilizada diretamente em numerosas atividades industriais e de serviços, mas que também é utilizada para produzir cerca de 50% da eletricidade utilizada em Itália. É por isso que a inflação ao consumidor, que atingiu o seu pico em julho desde 1985 (8,5%), está sendo impulsionada tanto pelas matérias-primas energéticas quanto pelos preços dos bens não energéticos, porque tudo está ligado, mesmo que indiretamente.


Durante a semana do 30 de setembro, tivemos também o anúncio da explosão do gasoduto que servia gás para países como a Dinamarca, e desde então as coisas pioraram, pois existe uma teoria de que pode ter sido um ataque russo, uma vez que navios russos foram avistados na área da explosão dias antes da mesma ocorrer. Devido a isso, uma oitava sanção foi imposta a Rússia e nessa mesma semana já vimos declarações de possíveis aumentos entre 50 e 60% no preço do gás e energia elétrica.


Infelizmente a previsão econômica não é boa. Esse aumento terá um impacto negativo nos orçamentos das famílias e das empresas; o nosso poder de compra está diminuindo rapidamente, também tendo em conta a quase estagnação dos salários aqui na Itália. Além disso, as expectativas de novos aumentos de preços e o agravamento do contexto econômico italiano, estão levando as famílias a fazer uma economia para pagar as contas, o que faz diminuir o consumo do cidadão para outras coisas.


Para as empresas, em particular aquelas que operam nos setores de metalurgia, minerais, papel e alimentos), esse contexto que estou contato para vocês cria um risco de gerar um efeito ainda mais negativo: muitas empresas já declararam que querem suspender temporariamente a atividade e isso afeta não apenas a produção, mas também o emprego de várias pessoas.


Tendo em vista todo esse contexto, o Banco da Itália estimou que uma parada total do fornecimento de matéria-prima russa resultaria em interrupções de produção nas atividades industriais que necessitam de uma maior intensidade energética, produzindo o aumento dos preços das matérias-primas, queda no consumo entre outras coisas. Isso aconteceria na ausência de intervenções governamentais para apoiar famílias e empresas, e será que o governo italiano está tomando as medidas necessárias? Vamos falar sobre isso agora.


Medidas do governo italiano para conter os preços da energia e do gás


O Ministro da Transição Ecológica apresentou um plano de poupança ao Conselho de Ministros que seria baseado na redução no aquecimento, e essa redução seria feita tanto por empresas e indústrias, como por cidadãos em suas casas, e isso foi divulgado agora porque em breve entramos no outono, inverno está chegando e começa o período em que usamos ainda mais o gás dentro de nossas casas.


De acordo com as indicações da UE, entre 1 de agosto de 2022 e 31 de março de 2023, a Itália é obrigada a reduzir o consumo doméstico de gás em pelo menos 15% em comparação com a média do mesmo período de 8 meses nos 5 anos anteriores.


Entre as medidas previstas no novo regulamento do governo, está a redução de 1 grau para aquecimento de edifícios, ou seja, deixar a temperatura máxima do aquecedor entre 15 e 19 graus no máximo, a recomendação é deixar de 17 graus com mais ou menos 2 graus de tolerância para edifícios usados para atividades industriais, artesanais e comparáveis, e de 19 graus com mais ou menos 2 graus de tolerância, ou seja, entre 17 e 21 graus) para todos os outros tipos de edifícios. Uma outra coisa é sobre quando os aquecedores funcionarão! Eles vão adiar a data de início em 8 dias e antecipar a data de término do uso do gás em 7 dias), além de reduzir 1 hora no que diz respeito à duração diária que podemos usar o gás para aquecer a casa e os demais locais. Além disso, a quantidade de horas que o aquecimento funcionara também será limitada e vai depender de qual zona do país o imóvel está: quem estiver na Zona A, cinco horas por dia, na zona B 7 horas por dia, zona C 9 horas, zona D 11 horas e na zona E um máximo de 13 horas por dia. Essas zonas foram separadas conforme o clima, então em áreas mais quentes, o aquecimento funcionará por menos tempo, e em áreas mais frias, por mais tempo. As zonas F, E e D cobrem a maior parte da Itália, e é onde o aquecimento funcionará por mais tempo.


A seguir, o mapa da Itália e suas zonas divididas conforme o clima de cada local, lembrando que começamos pela zona A que é mais quente, chegando na F que é onde faz mais frio e o aquecimento ficará ligado por mais tempo.





Atualmente temos visto na televisão, nos jornais e pelas ruas, campanhas para incentivar a população a fazer economia e entender o momento que estamos vivendo. Além disso, o governo tem feito projetos e revertidos milhares de euros a fim de amenizar o problema atual. O conselho para quem mora aqui é fazer de tudo para economizar: não deixar luz acessa, tirar os aparelhos da tomada, usar a máquina de lavar louças cheia para evitar várias lavagens entre outras coisas.


Ajuda do governo italiano para a população


Na tentativa de ajudar as empresas e famílias com essa alta absurda nas boletas que vem acontecendo para tantas pessoas, o governo tenta facilitar para as empresas no que diz respeito a diminuir impostos e alguns outros benéficos e, para as pessoas, cedendo bônus para ajudar a pagar os boletos, porém tem que ser para famílias que não possuem uma renda superior a 15 mil euros anuais. O bônus é automático, ele vem em formato de desconto no boleto mesmo, a pessoa só precisa ter o ISEE em dia, que é uma declaração de condição econômica que todos que moram na Itália precisam fazer todos os anos, e o desconto na conta de energia e gás vem conforme a renda e a quantidade de pessoas de uma casa, se tem filho menor de idade, quantos são etc.

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