Novo decreto na Itália: fronteiras reforçadas para evitar a entrada de brasileiros no país
Atualizado: 7 de ago.
Foi assinado o novo decreto na Itália no dia 15 de janeiro, com as novas normas de contenção do coronavírus, e terá vigor do 16 de janeiro ao 5 de março, até segundas ordens.
As novidades são que o estado de emergência da Itália foi prorrogado até o dia 30 de abril, ao invés de terminar no 31 de janeiro, e uma zona branca será introduzida assim que alguma região cumprir com os requisitos. Atualmente os dados na Itália não são nenhum pouco animadores: a curva de contágio continua a subir, e são poucas regiões onde não serão aplicadas medidas mais severas.
Mas não só na Itália: Portugal está em lockdown, França fora do controle, Reino Unido e Espanha também; a situação na Europa, até então, é bem preocupante. A seguir, algumas normas em vigor no novo decreto:
- Até o dia 15 de fevereiro está proibido sair de uma região para outra, a não ser que por motivos de necessidade;
- Máscara sempre, em locais abertos e fechados;
- Cobre fogo das 22 às 05 da manhã (não se pode sair nessa faixa horária, a não ser por motivos de necessidade comprovada);
- Pode-se visitar casa de amigos (mas ir ao máximo em 2 pessoas) apenas uma vez por dia;
- Piscinas, academias, teatros, cinemas, discotecas continuam fechados;
- Transporte público pode funcionar desde que atue apenas com 50% de capacidade;
- Não se pode fazer festas, incluindo casamentos;
- Dadas as agitações noturnas que continuam ocorrendo, o governo decidiu proibir a venda de bebidas e comidas take-away em bares e enotecas a partir das 18h;
- A partir das 18h é proibido consumir alimentos e bebidas em locais públicos abertos ao público;
- Reabrem museus e centros culturais, porém só nas zonas amarelas, mas somente de segunda a sexta-feira;
- A partir de segunda-feira, 18 de janeiro, as escolas superiores (estudantes de 14 aos 19 anos) voltam a lecionar na presença de 50 a 75%. Jardins de infância, escolas de ensino fundamental e médio (estudantes com até 14 anos) continuam com ensino 100% presencial;
- Para quem chega à Itália da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte: entrada concedida a quem reside na Itália ou por razões de extrema necessidade. Na chegada, é obrigatório apresentar um teste negativo e respeitar até 10 dias de isolamento.
As zonas na Itália
O decreto introduz a 'zona branca', na qual as únicas restrições são o distanciamento e o uso da máscara. Mas, os parâmetros para entrar nessa zona serão 3 semanas consecutivas de incidência de 50 casos por 100 mil habitantes e baixo risco – significa que levará meses até que uma região possa fazê-lo.
Lombardia, Sicilia e a província autônoma de Bolzano são zona rossa (vermelha): nessa zona tudo fica fechado, com exceção de supermercado e lugares que possuem bens, produtos e serviços de primeira necessidade; não se pode sair de casa, a não ser para atividades motoras perto da residência; bares e restaurantes fechados.
Na zona arancione (laranja), temos as regiões: Abruzzo, Friuli Venezia Giulia, Lazio, Liguria, Marche, Piemonte, Puglia, Umbria, Valle D’Aosta, Calabria, Emilia e Veneto. Nessa zona, pode sair de casa, mas é recomendado que só saia por motivos de necessidade; lojas etc. ficam abertos; não se pode sair da cidade de residência; bares e restaurantes fechados.
Na zona amarela, temos as regiões de Basilicata, Campania, Molise, provincia di Trento, Sardegna e Toscana. Aqui, bares e restaurantes ficam abertos até às 18:00; se pode sair de casa normalmente; museus abertos; se pode circular em outras cidades que ficam na mesma região.
Nova variante do coronavírus no Brasil
Uma nova variante do coronavírus foi detectada na cidade de Manaus, no Estado do Amazonas, e é esperado que, durante uma pandemia, o vírus sofra mutações conforme é transmitido de pessoa para pessoa. O grande problema é que a variante encontrada é uma forma que permite que o vírus invada as células do nosso corpo, tornando-o ainda mais infeccioso.
A nova variante, inclusive, pode fazer com que países de várias partes do globo bloqueiem voos vindos do Brasil. A Grã Bretanha já fechou para o Brasil e para outros países da América do Sul, África do Sul e Portugal.
Itália reforça fronteiras fechadas para brasileiros
O ministro da Saúde, Roberto Speranza, assinou uma portaria que bloqueia os voos vindos do Brasil e proíbe a entrada de quem passou por aquele país nos últimos 14 dias. “Quem já está na Itália, vindo daquele território, é obrigado a fazer um teste e entrar em contato com os departamentos de prevenção”, escreveu o ministro no Facebook. “É crucial que nossos cientistas possam estudar a nova variante em profundidade. Entretanto, vamos escolher o caminho da máxima prudência”.
A variante do vírus Sars-CoV-2 denominado "P.1", conhecido como "brasileiro", preocupa particularmente a comunidade científica e já levou o governo do Reino Unido a fechar as fronteiras aos viajantes daquele país. Conforme escrito por Silvia Turin, as variantes brasileiras - que na verdade são duas: a B.1.1.28 (K417N / E484K / N501Y), renomeada P.1, e a B.1.1.28 (E484K) - têm uma mutação E484K, comum à variante "sul-africana".
Especificamente, essa mutação mostra uma redução de 10 vezes na neutralização por vários anticorpos em comparação com o vírus "comum" em alguns pacientes. A variante P.1 também é responsabilizada, no Brasil, pela reinfecção de um paciente de 30 anos já curado da doença durante um contágio anterior.
As implicações mais importantes dizem respeito à transmissibilidade (e parece que para todas essas variantes pode ser maior) e à possível resistência às vacinas, sobre as quais, por enquanto, existe um otimismo cauteloso de várias partes da comunidade científica.
A variante surgiu em um local onde grande parte da população já havia sido infectada, Manaus. Como escreveu Sara Gandolfi, no estado do Amazonas não há mais oxigênio medicinal e são esperados suprimentos da Venezuela. As autoridades de saúde atribuem o enorme aumento das infecções e o consequente aumento da demanda por leitos hospitalares à disseminação de P.1.