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Vilarejo na Itália paga 52 mil para quem morar lá!

Recentemente saiu uma reportagem que bombou na CNN, sobre um vilarejo na Itália que pagaria até 52 mil dólares para quem quisesse morar lá. Fui então atrás de informações para vocês, e será que isso realmente é verdade ou quando a oferta é muita o santo desconfia?


Sim, o “bônus” é real, a iniciativa existe, mas como sempre, é importante não ler apenas o título, mas também as entrelinhas, para realmente entender do que se trata. Não é de hoje que a Itália propõe iniciativas com o intuito de evitar o “despovoamento” de algumas cidades e regiões. Infelizmente, a Itália é um país com um baixo índice de natalidade, fazendo com que grande parte da população seja mais idosa. Outro fator que colabora é a saída de jovens do país, e o fato dos que ficam não terem filhos.


Bom, sabendo desses fatores, se entende então do porquê muitas cidades lançarem projetos de “repovoamento” das cidades, que, em sua maioria, são bem pequenas, como é o caso do projeto citado pela CNN.


Qual é o vilarejo italiano que paga para as pessoas morarem lá?


A ideia é da cidade de Santo Stefano di Sessanio, pequena cidade na província de L'Aquila, não apenas uma das mais belas aldeias da Itália, mas no coração do pequeno Tibete de Abruzzo, um símbolo de toda a região.


A cidade está localizada a 1.250 metros acima do nível do mar, no belo Parque Nacional Gran Sasso e Monti della Laga. É um borgo medieval (seu esplendor remonta a 500, quando teve um comércio florescente com os Medici de Florença, que compravam lã e ovelhas ali, como evidenciado pelo brasão de armas na entrada da cidade), também conhecido em todo o mundo por suas lentilhas cultivadas há séculos.


Os atuais residentes do Município são apenas 115, destes, 41 têm mais de 65 anos e apenas 13 residentes têm menos de 20 anos. O Município considera, portanto, fundamental dar um novo impulso demográfico à área, considerando que a situação atual não permite ter o capital humano necessário para o desenvolvimento sustentável e duradouro do território.


Para este fim, foi idealizado um projeto que coloca uma ação que visa atrair novos residentes que possam iniciar atividades compatíveis com os objetivos de desenvolvimento do Município.


Como funciona o projeto?


O projeto prevê a concessão de uma bolsa mensal por três anos (até no máximo de 8.000,00 euros/ano), o fornecimento de uma casa alugada por uma contribuição simbólica, e até no máximo 20.000,00 euros para iniciar o negócio na cidade.


O prazo para se inscrever nesse projeto foi até o dia 15 de novembro, e para participar após a data, será necessário que saia um novo edital, que fica disponível no site do comune.


As pessoas autorizadas a se cadastrarem no projeto são cidadãos que não residem no território municipal (italianos ou da UE, ou nacionais de países terceiros em posse de uma autorização CE de residência de longa duração emitida por tempo indeterminado (ou seja, ter um permesso di soggiorno válido) com idade não inferior a 18 e não superior a 40, isento de condenações com sentenças definitivas por qualquer crime que afete a moralidade do cidadão, isento de processo penal em curso e/ou condenações contra pessoas e/ou da Administração Pública ou potencialmente lesivos à imagem da Administração Pública.


Além do fator de estar legalizado e atender aos requisitos da idade, os candidatos precisam transferir a sua residência, por um período mínimo de 5 anos, para o Município de Santo Stefano di Sessanio (ou seja, morar ali por pelo menos 5 anos), e abrir uma atividade empresarial no próprio município, entre as seguintes identificada como prioritária pelo Município:

  • Guia turístico, esportivo / cultural;

  • Informador turístico;

  • Área da limpeza;

  • Manutenções genéricas;

  • Negócios de Drugstore;

  • Produções de produtos e alimentos típicos locais e sua comercialização.

Além dos requisitos anteriores, o candidato não pode deixar uma cidade com menos de 2 mil habitantes para participar do projeto, pois assim, estaria colaborando para o despovoamento da sua cidade atual, o que não é a ideia do projeto.


Afinal, vale a pena se mudar para um vilarejo que paga para você morar lá?


Sim e não. Apesar dos auxílios e incentivo, ainda outros fatores devem ser analisados friamente. Estudar se o local realmente atrai turistas, ou se outros projetos como esse já vigaram e qual é a realidade de quem abriu esses empreendimentos locais, bem como analisar se seu perfil é para uma cidade tão pequena, afinal, você precisará morar lá.


Meu ponto de vista é que é interessante, mas não tanto. Se comprometer a ter um negócio local que funcione, mesmo com o auxílio de até vinte mil euro, pode ser um compromisso desafiador. E quando lerem esses títulos, lembrem-se que “52 mil dólares”, pode soar bastante, mas isso é o montante final dos 3 anos iniciais, e não tudo de uma vez só!

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